Hud Cunha estreia na literatura com “O Tratado dos Opostos”, uma obra poética que transforma dor em reflexão profunda

Por: Cibele Laurentino

O universo literário brasileiro ganha um novo e potente nome com o lançamento de O Tratado dos Opostos, livro de estreia do autor Hudson Cunha, conhecido como Hud, que chega ao cenário editorial apresentando uma poesia visceral, madura e emocionalmente inquieta. Com sensibilidade rara, o poeta conduz o leitor por uma jornada de enfrentamento da dor, reconstrução interna e aceitação da ambiguidade que marca a existência humana.

Hud, carioca criado em São Paulo, de raízes nordestinas e trajetória corporativa consolidada como executivo, encontrou na escrita não apenas refúgio, mas também voz. Apaixonado pela família, pela arte e pelas humanidades, ele se especializou em arte, literatura e filosofia, além de concluir um mestrado em psicologia organizacional elementos que atravessam sua obra com a força da introspecção e do pensamento crítico.

Uma poesia escrita para juntar os próprios pedaços

Nas páginas de O Tratado dos Opostos, o autor expõe suas feridas, contradições e esperanças com uma honestidade que se impõe desde o primeiro verso. “Escrevi para juntar meus próprios pedaços”, afirma Hud, reconhecendo que não existe reconstrução sem antes encarar a morte simbólica daquilo que já não nos serve. O livro nasce desse mergulho profundo em seus tormentos, suas angústias e seus dilemas mais íntimos.

Os poemas transitam com fluidez entre o real e o imaginário, percorrendo a “linha tênue entre sentimentos e ações” que o autor confessa habitar. Há uma luta permanente por significado em meio ao vazio e à plenitude que coexistem na experiência humana. Versos como “Quase vivi, / Quase fui feliz” revelam a sensação de vida em suspensão, de potencial não realizado, enquanto o desejo de não ferir — “Não quero ferir, / Não quero magoar” — expõe a delicadeza de quem teme machucar o outro tanto quanto a si mesmo.

Existência, ansiedade e o peso das expectativas

O livro carrega um retrato agudo da angústia existencial, traduzida pela busca incessante por um futuro capaz de justificar o presente. No entanto, esse futuro, tantas vezes idealizado, surge como ilusão, alimentando a ansiedade e a dúvida. Hud revela, com clareza poética, que o ser humano vive entre o ímpeto de enfrentar a vida e a tentação de se resignar a um destino previsível.

O autor questiona, em vários momentos, o valor da simplicidade como caminho para a paz interior. “O pequeno, simples e fácil / É que tem real valor”, escreve ele, ao mesmo tempo em que sua obra toda parece dialogar com a inquietação sobre essa própria afirmação.

Amor como força, fissura e contradição

O amor se apresenta como um dos eixos centrais do livro, explorado em suas formas mais luminosas e mais sombrias. Hud transita entre a pureza idealizada e a fisicalidade da paixão, entre o amor fraterno e o amor que consome. “Todo grande amor é fraterno”, afirma ele, mas também observa que “o grande amor é feito para as grandes emoções”, revelando a oscilação entre o sublime e o terreno, entre o afeto e a dor.

A arte como invenção e salvação

A obra também reflete sobre o papel da criação artística, sintetizado no verso marcante: “O que é a arte senão a invenção de sentimentos?”. Para Hud, a poesia funciona como instrumento de cura, um canal de expressão e reconhecimento, uma forma de dar cor e contorno ao que, de outra forma, permaneceria sem nome.

Ao desnudar sua intimidade e transformar sua dor em poesia, o autor entrega ao leitor um livro que não busca respostas simplistas. Pelo contrário, O Tratado dos Opostos é uma obra que convida à reflexão sobre a complexidade humana, abraçando tanto o vazio quanto o preenchimento, tanto a solidez quanto a alegria — opostos que só se completam quando aceitos em sua coexistência.

A estreia de uma voz que promete marcar presença

Em sua primeira publicação, Hud Cunha abre seu mundo interno ao público, removendo camadas, expondo vulnerabilidades e revelando a potência da poesia como ferramenta de transformação. Seu livro é sobre dor, mas também sobre renascimento. Sobre silêncio, mas também sobre grito. Sobre sombra, mas também sobre luz.

O Tratado dos Opostos marca a estreia de um poeta que escreve com coragem, sensibilidade e verdade — uma combinação que promete ecoar profundamente entre leitores que buscam mais do que textos: buscam espelhos, buscas e, quem sabe, cura.

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Siga o autor: @hud_cunha

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