Hariany Almeida responde a críticas sobre presença de influenciadoras no Carnaval e reacende debate sobre papel digital na folia

A influenciadora digital Hariany Almeida tornou-se centro de uma nova controvérsia após comentar o papel das criadoras de conteúdo no Carnaval. A declaração, feita enquanto participava de eventos da folia, provocou uma onda de críticas nas redes sociais e reacendeu discussões sobre a presença cada vez maior de influenciadoras em espaços tradicionais da festa.

Hariany, que estava entre os nomes mais observados nos camarotes e arquibancadas, foi questionada sobre a atuação das influenciadoras durante os desfiles. Parte do público considerou sua fala desnecessária ou desinformada, enquanto outros entenderam que ela teria diminuído o trabalho de criadoras que vêm ampliando a visibilidade do Carnaval em plataformas digitais.

Diante da repercussão negativa, a influenciadora decidiu responder. Ela argumentou que muitas críticas dirigidas às criadoras de conteúdo são motivadas por preconceito e resistência às mudanças trazidas pelas redes sociais. Afirmou ainda que várias influenciadoras estão genuinamente envolvidas na festa, produzindo conteúdo que ajuda a levar a cultura do Carnaval para novos públicos.

Segundo Hariany, a presença de influenciadoras não deve ser vista como uma ameaça à tradição, mas como um complemento. Para ela, esses profissionais assumem um papel importante ao divulgar a folia em formatos modernos, conectados ao público jovem, que consome cultura principalmente através do telemóvel. A influenciadora também destacou que as redes sociais podem ajudar a valorizar a arte das escolas de samba e contribuir para o reconhecimento do Carnaval em escala global.

A polêmica, entretanto, revelou tensões mais profundas. Defensores da tradição apontam que a presença de figuras digitais em áreas privilegiadas das festividades, como camarotes de destaque, pode desviar a atenção dos sambistas, ritmistas e comunidades que constroem a festa ao longo de todo o ano. Para esse grupo, o excesso de visibilidade concedido a influenciadoras pode reduzir a atenção à cultura das escolas e ao trabalho artesanal que sustenta o espetáculo.

Do outro lado, apoiadores da integração entre a cultura popular e a cultura digital ressaltam que as redes sociais já fazem parte da experiência contemporânea do Carnaval. O alcance das influenciadoras permitiria atrair novos olhares, ampliar o interesse pela festa e fortalecer economicamente o setor, que depende de visibilidade e engajamento para se renovar.

A repercussão da fala de Hariany também expôs o ambiente hostil das redes sociais. Comentários ofensivos e ataques pessoais passaram a circular junto às críticas sobre sua opinião, destacando a dificuldade enfrentada por figuras públicas — especialmente mulheres — em lidar com julgamentos que muitas vezes extrapolam o debate sobre cultura e comportamento.

O episódio evidencia como o Carnaval, além de festa, continua sendo um espaço simbólico de disputas sobre identidade, tradição e modernidade. A presença das influenciadoras, longe de ser um fenômeno isolado, reflete o impacto da era digital sobre as manifestações culturais brasileiras. Entre elogios e críticas, a discussão levantada por Hariany mostra que a folia não passa apenas pela avenida, mas também pelos novos palcos digitais que moldam a forma como o público vivencia e interpreta os grandes eventos do país.

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