Camila estreia como rainha LGBTQIA+ da Bateria da Real Mocidade Santista

Coroada em 2018 como primeira rainha trans oficial do Brasil, Camila desfila na capital pela Colorado do Brás e no litoral

A história de amor pelo carnaval da paulista Camila Prins começou ainda na infância. Natural de Leme, mas criada em Porto Ferreira, ela diz que foi aos 13 anos, ao se vestir de mulher durante a festa, que também descobriu sua verdadeira identidade de gênero. Foi ali, no começo da adolescência, que Camila, ao ser lembrada pelos pais de que a festa já havia acabado e que, portanto, devia tirar a ‘fantasia’ que ela assumiu que não queria fazer isto.

Segundo conta, ela respondeu ‘esta é minha realidade, não somente uma fantasia’. De lá para cá, muita coisa aconteceu na vida desta artista do carnaval que vem ao Brasil todos anos (ela mora na Suíça há 23 anos) para participar dos festejos carnavalescos. Foi em 2000, já morando na capital paulista, que Camila recebeu o primeiro convite para desfilar como destaque de alegoria na escola Camisa Verde e Branco.

 

Nessa escola ela ficou por 20 anos. Depois, Camila continuou sua trajetória desfilando como musa ou destaque em escolas como Mocidade Alegre, Acadêmicos do Tatuapé, Leandro de Itaquera, entre outras. Em 2018, Camila seria, segundo ela, ‘honrada’ com a conquista do ‘posto’ de rainha trans da bateria também na Camisa Verde e Branco. “Isto foi algo que eu não imaginava” destaca. Em 2019, Camila continuou como rainha e em 2020 foi convidada pela escola Colorado do Brás para ser madrinha da bateria. Em 2021 Camila teve outra surpresa ao ser coroada rainha trans do carnaval brasileiro. E agora, em 2023, ela se torna a rainha absoluta do carnaval paulistano. Aos 43 anos, Camila afirma que vive sua paixão pelo carnaval o ano inteiro, pois, em Lausanne, cidade suíça na qual reside, é madrinha de bateria da escola Unidos de Lausaunne que foi fundada há 33 anos.Camila também atua como artista em shows de samba se apresentando pelo país. Além disso, é bailarina e se apresenta em casas de show. Camila lembra que, no Brasil, possui uma equipe de apoio formada por coreógrafo, maquiador, fotógrafo, entre outros profissionais. “Carnaval para mim é o ano todo, minha preparação não para. Hoje tenho muito orgulho de ter conquistado espaço e reconhecimento pelo meu trabalho”, salienta. Como primeira rainha transexual do carnaval, Camila sabe que sua posição é importante também por dar representatividade aos milhares de transexuais brasileiros. Ela também sabe que o Brasil é um país que precisa avançar muito quando se trata de respeitar a questão de gênero. “Sei que o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo, mas, felizmente, nunca fui discriminada. Sou casada há 22 anos com um suíço, tenho uma vida familiar incrível e este ano quero levar leveza e positividade para o sambódromo”, conclui.

Vale notar que Camila Prins também será destaque na escola Real Mocidade Santista, agremiação situada na cidade de Santos.

Quem é Camila Prins
A brasileira é a primeira rainha transexual do carnaval brasileiro. Coroada em 2018, Camila, que vive na Suíça há 23 anos, vem ao Brasil anualmente para participar da festa. Em seu perfil no Instagram @ camila.prins/ ela compartilha posts sobre seu trabalho, suas inspirações e experiências.

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