Estratégia de combate à dengue, Zika e chikungunya está focada nas diferenças regionais do país, segundo Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde tem focado nas particularidades de cada município brasileiro para desenvolver uma estratégia eficiente no combate à dengue, Zika e chikungunya. É o que afirma a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel. Nesta semana, o ministério lançou a campanha nacional de comunicação contra as arboviroses.
“A nossa estratégia tem sido, ao longo do tempo, tratar o Brasil como um bloco. E nós estamos utilizando os estudos científicos para entender que os problemas não são os mesmos e, portanto, as soluções precisam ser diferentes. E é nisso que vamos atuar. A gente precisa chegar lá no bairro, porque um bairro dentro do município também não é igual a outro bairro”, pontua a secretária.
Para isso, em março deste ano, foi instituído o Centro de Operações de Emergências (COE), uma estrutura que permite a análise de dados e informações que contribuem para a tomada de decisão dos gestores. O objetivo é promover uma resposta coordenada para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento a emergências de saúde pública. O COE colabora para um monitoramento mais amplo e assertivo das particularidades presentes nas diferentes áreas do país.
Nos quatro primeiros meses de 2023, foram registrados 899,5 mil casos prováveis de dengue no país e 333 óbitos confirmados. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 30% no número de casos, quando 690,8 mil ocorrências foram identificadas. No entanto, neste ano, o número de óbitos é inferior quando comparado a 2022, quando ocorreram 557 mortes causadas pela doença.
Casos prováveis de dengue nos estados com maior incidência em 2023:
- Espírito Santo – 82,3 mil
- Mato Grosso do Sul – 34,4 mil
- Minas Gerais – 248,5 mil
- Paraná – 111 mil
- Santa Catarina – 53 mil
- Rondônia – 9.586
- Acre – 4.900
Em 2023, o aumento no casos de chikungunya foi de 40% quando comparado aos quatro primeiros meses de 2022. De janeiro a abril deste ano, foram registrados 86,9 mil casos da doença e 18 óbitos confirmados.
Casos prováveis de chikungunya nos estados com maior incidência em 2023:
- Tocantins – 4.600
- Minas Gerais – 52,6 mil
- Espírito Santo – 4.492
- Mato Grosso do Sul – 3.300
Até o final de abril de 2023, o Ministério da Saúde contabilizou 6.200 notificações de Zika. O número corresponde a um aumento de 298% em relação ao mesmo período de 2022, quando 1.600 casos foram registrados. De acordo com a Saúde, até o momento, não houve a notificação de óbito causado pela doença.
Casos prováveis de Zika nos estados com maior incidência em 2023:
- Acre – 290
- Rondônia – 62
- Tocantins – 863
Uso da tecnologia no combate
Outra estratégia adotada pela Saúde, de acordo com Ethel Maciel, é a utilização de duas tecnologias de combate às arboviroses que usam o próprio mosquito. Uma delas é o Método Wolbachia, que consiste na criação do mosquito transmissor das doenças, o Aedes aegypti, com uma bactéria que o impede de transmitir o vírus. A outra técnica é a utilização de mosquitos estéreis.
“O mosquito é infectado naturalmente por uma bactéria e essa bactéria no mosquito impede que ele adquira o vírus e transmita. Então essa é uma tecnologia. O outro, do inseto estéril, ele não se reproduz. Por um método não há reprodução e pelo outro o mosquito não se infecta e, portanto, não transmite”, explica.
Para o secretário-executivo do Conselho Nacional das Secretarias de Saúde (Conass), Jurandir Frutuoso, além da utilização de tecnologias, é importante investimentos no meio ambiente para evitar ambientes propícios à proliferação do mosquito, como lixões e locais com água parada. Ele reforça ainda a importância de melhorar a capacitação dos profissionais para o atendimento adequado aos pacientes.
“A gente sabe que principalmente nos casos de dengue e chinkugunya, grande parte dos óbitos se dá por conta do manejamento inadequado do paciente. O diagnóstico no tempo hábil e o tratamento adequado ao longo do processo em que a doença se instala. A gente tem que insistir na capacitação dos profissionais para que isso aconteça e a gente possa tratar esses pacientes”, afirma.
O Ministério da Saúde recomenda procurar a unidade de saúde mais próxima ao identificar os seguintes sintomas:
- Forte dor na barriga
- Vômitos frequentes
- Agitação ou sonolência
- Sangramento espontâneo
- Diminuição da urina
- Extremidades frias
- Pressão baixa